Instituto de Tecnologia de Alimentos garante que papelão em carne é invenção da internet

  • Por Jovem Pan
  • 24/03/2017 14h17
Johnny Drum/Jovem Pan

Desde que a Operação Carne Fraca da Polícia Federal desmantelou um esquema de corrupção envolvendo a produção de carne no Brasil, suspendendo 33 servidores e 21 frigoríficos, a credibilidade do mercado de importação e exportação ficou em xeque. Mas será que teremos que parar de comer carne após tudo isso?

No Pânico desta sexta-feira (24), o presidente do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) Luis Madi e o coordenador de plataforma tecnológica Raul Amaral garantiram que não há motivos para duvidar da qualidade dos métodos de produção e que esse caso de corrupção é algo isolado. Eles afirmaram que a história de haver papelão misturado nos alimentos é apenas uma invenção da internet.

“Isso é conversa. Quando falaram sobre o papelão, eles mencionaram apenas como embalagem secundária. Quem inventou isso de que tinha papelão na carne foi a criatividade do brasileiro, que é sempre fantástica”, explicou Madi. “Imagine dezenas de papelão entrando na fábrica. Não tem máquinas que separem papel dos grampos e também dos adesivos. Isso é fantasia”, completou Amaral.

Com o panorama desfavorável, o Ital acredita que há uma grande necessidade de mudar a relação de comunicação entre população e os métodos de fiscalização. A dupla vê como imprescindível as pessoas saberem cada vez mais como funcionam as etapas de produção alimentícia, para ver como tudo é confiável.

“As pessoas não sabem o que está por trás da cadeia produtiva. Discutimos avanços que aconteceram e não passamos para a população de forma simples. As pessoas precisam saber cada vez mais como é essa produção dos alimentos”, disse o coodernador.

“Estamos na época da melhor sistema de processamento de alimentos. Mas isso não foi comunicado adequadamente ao consumidor. Ele precisa entrar dentro desse sistema e ver quão bom é saudável esses alimentos que comem”, ressaltou o presidente do órgão.

Com um sistema excelente, mas não perfeito, o Ital garante que trabalha duro para manter a fiscalização em cima. Com quase 5 mil frigoríficos no país, apenas 21 deles entraram no alvo da Polícia Federal, sendo que três já foram fechados. Apesar de tudo, os dois acreditam que a parte positiva desse problema de desconfiança é que o consumidor acompanhará mais de perto a qualidade do produto.

“Foi feito um desserviço fantástico ao Brasil. Temos 4837 frigoríficos. Temos três fechados e 21 em observação. São 11 mil fiscais. O prejuízo que já aconteceu é algo que poucas pessoas conseguem imaginar que traz de prejuízo para nós, além do trauma. O sistema é seguro. Você tem que ver uma série de coisas, como data de validade. Algo positivo disso tudo é trazer o consumidor mais perto da qualidade do produto”, concluiu.

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